Esta sessão pública foi promovida pela Comissão de Acompanhamento da Assembleia Municipal.
Rui Cortes, professor na Universidade de Trás – os – Montes e Alto Douro considera que a barragem de Fridão pode causar um desastre ambiental irreparável.
De entre as várias consequências que a barragem pode ter, o Prof. Rui Cortes destacou “a diminuição drástica da qualidade da água, a sua eutrofização e o inevitável aparecimento de algas, algumas das quais tóxicas, para além da morte das espécies piscícolas autóctenes e a sua substituição por espécies exóticas, com a mais que certa destruição dos ecossistemas existentes.”
O Prof. Rui Cortes destacou, que depois da construção da barragem, haveria a tendência para se fazer a exploração máxima do empreendimento, admitindo, embora que no projecto não o mostre explicitamente, a construção de duas barragens, com um açude a jusante da barragem principal, com o objectivo de re-turbinar a água.
Nesse caso, “a água a jusante resultaria apenas do caudal ecológico mínimo obrigatório, incapaz de sustentar a fauna e a flora existentes, pelo que Amarante, conforme conhecemos, desapareceria” acrescentou. Com a construção da barragem de Fridão, haverá uma subida da cota da barragem do Torrão, o que poderá agravar o desastre ambiental pela inexistência de oxigenação da água no atravessamento da cidade.
O Plano Nacional de Barragens prevê a construção da barragem de Fridão mas ainda não existe nenhum estudo sobre o impacte ambiental. Perante isto, a Assembleia Municipal de Amarante criou uma Comissão de Acompanhamento que tem como objectivo promover a discussão pública sobre a construção da barragem, criando assim um movimento de opinião desfavorável à construção da barragem.
Fonte: Câmara Municipal de Amarante